“O tempo passa tão rápido… um piscar de olhos e eles já cresceram.” Provavelmente, você não só já ouviu essa frase como pode tê-la sentido na pele. O desenvolvimento dos pequenos, somado à rotina que muitas vezes necessitamos enfrentar, faz com que a sensação de aceleração da vida se torne uma realidade.
Com ela vem o sentimento de culpa: será que estamos dedicando tempo com os filhos? Temos estado próximos o suficiente?
Neste post, vamos dar algumas dicas sobre como não perder a conexão com os filhos, independentemente do estágio em quem eles se encontram. Para isso, mostraremos que, quando falamos de tempo, nem sempre quantidade significa qualidade. Também falaremos da importância de se estreitar os laços do diálogo, da liberdade e do contato.
Confira:
Tempo com os filhos: quantidade X qualidade
Trabalhar fora o dia inteiro, passar por várias situações de estresse, chegar em casa e ainda ter pique para lidar com as crianças. Esse é o desafio diário de muitos pais e mães que querem garantir uma vida confortável para a família. Essa rotina provoca um sentimento de culpa quase inevitável. Afinal, o tempo gasto na vida profissional acaba sendo maior que o dedicado aos filhos.
É claro que é importante fazer uma análise justa se o seu emprego o deixa realmente motivado ou tem sugado suas energias de forma negativa. Isso é fundamental para decidir se vale a pena ou não buscar outras oportunidades que garantam uma melhor qualidade de vida. Mas existe um conjunto de pequenas coisas que rouba nosso tempo sem que percebamos.
Em seu livro, “O mestre inesquecível”, o médico psiquiatra Augusto Cury alerta para o fato de que queremos “dar um sentido nobre à nossa vida, dar valor às coisas que realmente têm valor, mas, por fim, gastamos uma energia descomunal com coisas banais. Raramente fazemos coisas fora da nossa agenda para nos dar prazer, relaxar e encantar”. Por isso, o primeiro ponto a ponderar é no que de fato é importante.
Oferecer um tempo de qualidade aos filhos é estar com eles de verdade, sem distrações. É ligar o modo avião do celular e dos afazeres para que o pequeno se sinta valorizado, estabelecendo assim uma conexão que não vai se perder à medida que ele cresce. Essa dedicação vai influenciar seu desenvolvimento em casa e na escola. Mas como fazer isso? Confira a seguir.
3 dicas para estabelecer conexões duradouras
Para que o tempo dedicado à criança seja de qualidade, é preciso fortalecer vínculos. O problema é que muitas vezes não sabemos ao certo como fazer isso. Para ajudá-lo nesse processo, elaboramos 3 dicas que podem parecer simples, mas são fundamentais para restabelecer o relacionamento entre pais e filhos.
1. Falar é prata, ouvir é ouro
Sim, vivemos mais tempo, temos mais experiência e podemos aconselhar nossos filhos sobre que caminho seguir nas diferentes situações que aparecem vida afora. Talvez nosso maior pecado esteja na incapacidade de ouvir nossas crianças. Procure relembrar quantas vezes seu filho literalmente o puxou para tentar ser escutado.
Naquele determinado tempo foi dedicado para seu relacionamento com seu filho, escute-o com atenção. Espere que ele termine o que tem a dizer e nunca o interrompa. Neste momento, deixe de fora as distrações quem vão roubar sua atenção. Quando você corre para pegar o celular quando o WhatsApp apita, a mensagem que está passando é que seu smartphone é mais importante do que o que ele tem a dizer.
2. Dê liberdade de escolha
Na correria do dia, tendemos determinar o que nossos filhos vão comer, vestir e assistir. É um gesto quase mecânico que precisa ser revisitado. Pode parecer bobagem, mas o simples fato de pegar duas camisas e perguntar ao filho qual ele prefere transmite uma mensagem de respeito além de estar educando-o a fazer escolhas. Essa atitude deve perpassar por todos os espectros do relacionamento.
Pergunte o que ele tem interesse em fazer, antes de matriculá-lo em uma escola de línguas ou de esportes. Mostre as diferentes opções com seus respectivos prós e contras. A lição valiosa aprendida nesse processo é a capacidade de avaliar e se responsabilizar pelas decisões tomadas.
3. Valorize o diálogo
Saber ouvir e oferecer escolhas às crianças são ótimas idéias para se iniciar uma conversa, mas é preciso ir além. Para Içami Tiba, psiquiatra e escritor, “um dos grandes motivos do esfriamento dos relacionamentos entre pais e filhos é a falta de comunicação verbal entre eles, mesmo que estejam emitindo mensagens extraverbais o tempo todo”.
De acordo com o educador, quando os pais chegam cansados e sentam no sofá ou já começam a desfiar o rosário das reclamações pela bagunça da casa, estão transmitindo uma mensagem de bloqueio do diálogo. O estresse se instala tanto para os adultos quanto para as crianças.
Para que isso não aconteça, Tiba orienta a estabelecer regras, como dar meia hora para que todos resolvam suas próprias questões, dividir a responsabilidade do cuidado com a casa e valorizar o momento do jantar em família.
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