Feito de aluno para aluno. Essa é a premissa do cursinho online e gratuito criado pelos jovens Márcio Henrique de Jesus Oliveira e Deir Grassi, estudantes de medicina da UFU (Universidade Federal de Uberlândia), em Minas Gerais. Com diferentes contextos de vida, a educação aproximou os dois futuros médicos que fizeram nascer o Aluno Ensina, um passo para contribuir com a democratização do acesso ao ensino superior.
Márcio nasceu e cresceu em Itaquera, bairro periférico na zona leste de São Paulo. O jovem estudou a vida toda em escola pública e, no ensino médio, conheceu uma professora que abriu portas para que ele realizasse seu sonho de estudar medicina. Ele então soube do cursinho comunitário MedEnsina, ministrado por alunos da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Durante o cursinho, inclusive, Márcio recebeu um convite do professor Paulo Saldiva, docente da FMUSP, para estudar um ano em Harvard, em Boston (EUA), apenas uma das melhores universidades do mundo.
Deir, nasceu em Piratininga, cidade com 10 mil habitantes no interior paulista, mas morou em mais de cinco cidades no Brasil. Ele já foi aprovado quatro vezes em vestibulares de medicina e também tem estágio previsto em Harvard.
“Os opostos se atraem. Essa foi a regra que nos aproximou. Um com uma vida diferente da outra, por oportunidades, condições, pensamentos… A convergência estava em um ponto: educação. Ela quem nos uniu. No primeiro semestre da faculdade pudemos nos conhecer. Saber um da vida, história, sonhos, trajetória do outro. E uma coisa em comum foi descoberta. Ambos com o desejo de transformar a vida de uma pessoa que fosse, mas transformar”, diz o texto de apresentação do Aluno Ensina. Eles acreditam que a educação é instrumento de transformação.
Conteúdos do Aluno Ensina
Além de exercícios e videoaulas com conteúdos necessários para a preparação no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e demais vestibulares, a plataforma de ensino online disponibiliza materiais importantes para o desenvolvimento humano e profissional dos estudantes matriculados.
Há também um canal no Telegram com dicas diárias, macetes e técnicas de estudo. Segundo Márcio, já são mais de 4 mil alunos cadastrados (e o número só cresce). Para entrar na lista de espera da matrícula, clique aqui.
Os professores responsáveis pelos conteúdos são todos voluntários, estudantes de instituições como a UFU, USP (Universidade de São Paulo) e Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Conheça os professores clicando neste link.
Sim, é totalmente gratuito
“A gratuidade do cursinho se deve a um fator: dívida. Como todos os colaboradores do cursinho são universitários ou ex-universitários, há uma dívida que talvez no curso da vida nunca seja paga. As pessoa que sustentam nossa vaga na universidade talvez, por inúmeras circunstâncias, nunca tenham oportunidade de ingressar nela. Então, cientes disso, a criação do cursinho comunitário é uma das maneiras de pagar essa dívida para quem nos permite ser universitários”, explicam.
A criação de um projeto online e sem fronteiras era a meta de Márcio e Deir, no entanto, eles têm a consciência de que uma parcela da população ainda não está conectada à internet e que 40% dos alunos de escolas públicas não têm computador ou tablet em casa (dados da pesquisa TIC Educação 2019). “Acreditamos que futuramente vamos conseguir ajuda para levar computador e internet para a galera que quer estudar e não tem condições”, disse Márcio em entrevista à CNN.
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