O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Alexandre Lopes, declarou durante uma live, na manhã desta sexta-feira, 15, que a data do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2020 “pode ser alterada, mas é prematuro discutir isso agora”.
Para Lopes, “mudar a data repetidamente pode prejudicar o aluno” e sugere que haja “uma discussão mais serena e mais para o futuro” em relação a mudança do cronograma. “De todos os pedidos de adiamento que recebi, ninguém propôs uma data”, disse ele, no evento virtual promovida pela Evolucional, startup que utiliza a tecnologia para produzir simulados para o Enem.
Entidades estudantis, conselhos educacionais, instituições, políticos e personalidades pedem que o edital seja adiado. Também nesta sexta-feira, 15, houve uma mobilização online com a hashtag #AdiaEnem, como forma de pressionar o MEC (Ministério da Educação) para o adiamento da prova.
Mesmo assim, as inscrições do Enem seguem em andamento (inclusive, não deixe de se inscrever!). “A ideia em publicar o edital é sinalizar que vai ter o Enem e ao colocar uma data damos essa concretude para a pessoa, para que continuem estudando nesse período”, justificou Alexandre Lopes.
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— Catraca Livre (@catracalivre) May 15, 2020
“A questão da data pode ser modificada, mas asseguramos que o Enem vai ser realizado. Para aplicá-lo em novembro era preciso publicar um edital e a partir daí fazer os processos administrativos. Com tudo pronto podemos discutir a mudança da data”, ressaltou o presidente do Inep.
Na última quarta-feira, 13, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma declaração na mesma linha, ao dizer que a prova poderia “atrasar um pouco”. “Estou conversando com o [Abraham] Weintraub [ministro da Educação]. Se for o caso, atrasa um pouco, mas tem que ser aplicado esse ano”, disse Bolsonaro durante entrevista coletiva na portaria do Palácio Alvorada.
10 motivos pelos quais é necessário pensar em adiar o Enem 2020
“A desigualdade entre a escola pública e a privada vai continuar existindo, um mês [de adiamento] vai superar essa desigualdade? Precisamos pensar em outros mecanismos”, respondeu Lopes, quando perguntado sobre o fato de alunos de escolas públicas serem prejudicados com a falta de recursos para um ensino a distância qualificado.
“O que poderão fazer [os estados] para ajudar os alunos nesse meio tempo? Por isso, acho prematuro. Temos ainda que saber quando vamos retomar as aulas, ter mais clareza. Colocar esses pontos para que lá na frente subsidie uma mudança de data do Enem, comentou.
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