Aos 17 anos de idade, a atriz Fernanda Concon, que estrelou a novela mirim “Carrossel”, no SBT, jantou o ministro da Educação, Abraham Weintraub. Concon fez um vídeo mostrando-se indignada com a atitude do ministro em manter o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para novembro, mesmo o Brasil passando pela pandemia do novo coronavírus e deixando milhões de alunos sem aulas.
Em seu vídeo, a atriz afirma que o ministro Weintraub nunca ouviu que o Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo, segundo o programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Fernanda Concon fez um análise sobre a condição social da população brasileira e levantou discussões sobre a meritocracia no Brasil.
“Por aqui, 13,5 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza, ou seja, com até 145 reais por mês”, começou a atriz, que logo emendou uma ironia: “já que o ministério dele gosta de falar ‘estude!’, eu vim aqui falar pra vocês que eu pesquisei. Uma matéria de 2017 mostra que o plano de internet, naquela época, custava pelo menos 40 reais. Uma pessoa que vive com até 145 reais, você está dizendo que ela tem que gastar 30% do que ela ganha por mês em internet.”, disse a atriz.
Fernanda Concon ainda deu uma aula sobre meritocracia, tão defendida no governo Jair Bolsonaro. “Em entrevista à Jovem Pan, Weintraub diz que o objetivo do Enem é ‘selecionar as pessoas mais qualificadas e mais inteligentes’. Qualificadas você quer dizer ‘dinheiro’, né? O discurso da meritocracia no Brasil não nasceu ontem, e tem muita gente que acredita ainda nesse conto de fadas da meritocracia”.
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“Eu gostaria de reiterar aqui pra vocês que nós somos a 7ª nação mais desigual do mundo. E pra quem não entende muito de meritocracia eu vou dar uma explicada rápida: pega uma arena, divide as pessoas em dois grupos porque elas vão competir entre elas, ok? Pra um grupo você dá AK-47, metralhadora, todo tipo de proteção para uma batalha, e pro outro grupo você vai dar aquelas faquinhas de cortar legume. Aí você botou esses dois grupos para competir. Quem você acha que vai ganhar?”, disse.
Fernanda Concon fez uma excelente avaliação sobre a meritocracia no Brasil. Ela simplesmente não faz sentido. Em um país que segue em quarentena e sem aulas, devido à pandemia do coronavírus, manter a data do Enem para novembro é reforçar a desigualdade de condições que existe entre um estudante pobre e um rico.
Assista ao vídeo:
Vídeo extremamente necessário da @FernandaConcon.
Não dá pra cobrar igualdade quando as pessoas competem em condições tão desiguais.
A pandemia escancarou ainda mais a desigualdade social.
Fazer o ENEM nesse contexto é desumano. https://t.co/i8ey2efhLd
— Quebrando o Tabu (@QuebrandoOTabu) May 14, 2020
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