Conhecida como a Universidade do Vale do Silício, a Udacity, plataforma americana de cursos online com mais de 10 milhões de alunos no mundo, entre cursos livres e pagos, deve fechar as portas no Brasil. Até agora foram demitidos 36 dos 70 funcionários da empresa no país. Os demais continuam para dar suporte aos alunos que estão ainda fazendo os cursos ou que se matricularem até dezembro (a partir de janeiro não abrirá mais inscrições para cursos em português).
Depois disso, é possível que feche as portas definitivamente no país e demita o restante do quadro de pessoal. O escritório brasileiro foi inaugurado em julho de 2016 e já havia criado 12 cursos em português e legendado outros 26 em português. A Udacity Brasil representa 20% dos alunos globais de cursos pagos da instituição global.
O corte no Brasil fez parte de uma mudança de estratégia do grupo, após a saída do então presidente, Vishal Makhijani, e sua substituição pelo cofundador, Sebastian Thrun. Até agora foram 125 funcionários demitidos, especialmente no escritório nos Estados Unidos (restaram 330 colaboradores). A ordem foi encolher para arrumar a casa, mesmo com a estimativa de crescimento da ordem de 25% em receita este ano.
O foco agora da companhia será desenvolver e vender cursos para empresas em países como Índia e cursos para consumidores finais na China e Oriente Médio. Em 2015, quando recebeu um aporte de 105 milhões de dólares de fundos de investimentos internacionais, a Udacity foi avaliada em 1 bilhão de dólares. A partir daí, acelerou sua expansão internacional, abrindo escritórios no Brasil, China, Egito, Alemanha, Índia e Emirados Árabes Unidos.
A Udacity nasceu em 2011 como um experimento da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, em que Sebastian Thrun e Peter Norvig, dois dos três fundadores, ofereceram o curso online de “Introdução à Inteligência Artificial” para qualquer pessoa, gratuitamente. Cresceu desenvolvendo e vendendo cursos de pequena duração sobre habilidades do futuro, como machine learning, robótica, carros autônomos e engenharia de software.
Em nota, a Udacity do Brasil confirma a informação das demissões no país e afirma que vai operar com cursos em português só até a finalização das formações dos alunos, o que deve acontecer até meados do primeiro semestre de 2019. A partir de 1 de janeiro de 2019 não será possível adquirir os cursos em português. “Nada muda para os estudantes. O escritório em São Paulo continuará atendendo os quase 10 mil alunos ativos no país”, afirmou Carlos Souza, diretor da Udacity Brasil. Quanto ao possível fechamento completo da unidade brasileira, a empresa não comentou por ora.
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